13 de ago. de 2009

É cada uma!!!!


Todo torcedor adora provocar os rivais...
Um dia desses, em um restaurante self- service, essa forca, exibida na prateleira do dono do estabelecimento, chamou a atenção... criativo, não?

1 de ago. de 2009

Além da pauta das férias

Praia, mar, sol (chuvinha também), água de coco e moqueca de camarão!
De férias, na Bahia...
é claro que eu me afastaria um pouco do noticiário esportivo. Desacanso merecido! Mas fechar os olhos para o futebol jamais!!!
Algumas cenas chamaram a minha atenção durante a minha viagem pelas ladeiras e praias de Salvador...


Fim de tarde em pleno pôr do sol. Ou no calor rasgante de meio dia! Pro baiano não tem tempo ruim! Toda hora é hora de bater uma peladinha na beira mar com os amigos.


Nas ruelas do centro histórico também tem futebol. Em pleno Terreiro de Jesus, em frente à famosa igreja São Francisco de Assis (de 1720), um garoto jogava bola tranquilo, como se estivesse em um campinho. Nem se incomodava com o movimento dos turistas que andavam por ali.

Passeando pelas 263 lojas do Mercado Modelo (que oferece a maior variedade de artesanato, presentes e lembranças da Bahia), encontram-se também artigos esportivos.

Mas não só peças do Bahia e do Vitória! Atlético e Cruzeiro também têm vez nas prateleiras!


Na saída do Mercado uma cena curiosa. O companheirismo entre o dono do bar, torcedor do Vitória, e o frequentador, adepto da torcida do Bahia. "Aqui é tudo igual", disseram.

Alguns metros dali, no bar concorrente, outro comerciante trabalhava com a camisa do clube do coração, servindo um torcedor especial - um dos responsáveis pela torcida organizada "Povão".

Ambos com ingressos garantidos para a partida de logo mais, contra o Vasco, pela série B do Brasileirão, concentrados para apoiar o time na luta para subir para a primeira divisão. Segundo eles, a solução é "pedir para o Senhor do Bonfim clarear o caminho".

Mas o futebol não é o único jogo presente no dia a dia do baiano... Um outro, praticado com as mãos, também é muito comum nas praças e na beira do mar: o DOMINÓ! Só que pra jogar, tem que apostar! Dinheiro, peixe, ou até Lulas frescas, como faziam estes pescadores.

17 de jul. de 2009





A cidade estava azul... colorida por bandeiras, que eram vendidas em tudo quanto é sinal. Torcedores empolgados e ansiosos buzinavam pelas ruas. A contagiante alegria dos cruzeirenses estava no ar...
No dia seguinte, uma cidade sem cor. Triste. Nada de festa. O único som que se ouvia era o dos gritos dos atleticanos, que comemoravam a decepção do time rival.
As piadinhas sobre a derrota do Cruzeiro para o Estudiantes se espalharam. Mas uma frase no MSN de um amigo me chamou a atenção.
"TRISTE NÃO É VER O SONHO ACABAR. TRISTE É NÃO SONHAR."
Esse é o espírito do esporte, não é?

15 de jul. de 2009

Futebol dá nisso...


E eu que pensava que DM (departamento médico) era coisa de atleta profissional. Que nada! Cá estou eu, amadoríssima, fazendo fisioterapia todo santo dia! Tudo por causa de uma pelada de 3 horas!!! Abusei, né...

Meus companheiros de consultório são de todos os tipos. Acidentados, sedentários, tenistas de fim de semana (aqueles que vão pra quadra após se aquecerem tomando uma cervejinha) e até crianças. Todos sofrem com os exercícios puxados, mas se divertem com o bate papo. A idéia é essa: fazer do ambiente de recuperação um lugar agradável. Se o tratamento é demorado, só mesmo dando boas risadas pra não ficar ansioso!

Imagine só os jogadores profissionais que se machucam e ficam de fora das grandes decisões, como a final da Libertadores desta noite. Como será que, por exemplo, o atacante Soares (que há meses se recupera de uma fratura no tornozelo) deve estar se sentindo... Pensando nele fica fácil eu ter paciência pra sarar. A minha pelada pode esperar...
Voltando um pouco no tempo, lembro quando comecei a jogar bola. Eu devia ter uns 11 anos quando cheguei em casa com os joelhos roxos pela primeira vez. Meus pais horrorizaram! Tentaram me convencer a trocar de esporte de todo o jeito. "Quem sabe uma natação, filhinha", "Você vai ficar com corpo de homem...", "Achava tão bonito quando você dançava balé!". Esses foram alguns dos dizerem que ouvi pelo ouvido direito e deixei escapolir pelo direito.
Depois de um tempo eles se acostumaram e começaram a gostar dos meus jogos. Assistiam a todos e torciam muito nos meus campeonatos. Mas toda vez que eu me contundia, era a mesma estória... "Você vai ficar com a perna toda marcada, em! Depois não vai conseguir usar saia".

De volta ao presente. Nem a minha coleção de cicatrizes na canela e no joelho, nem a minha inflamação na tíbia, que estou tratando, me fazem titubear. Jogar bola, pra mim, é um dos maiores prazeres da vida. É quando eu esqueço de tudo e de todos. É quando eu apenas sigo e observo a bola, fazendo ela girar. É um estado de espírito difícil de descrever. Mas, definitivamente, me faz bem.

Agora preciso ir... meu fisioterapeuta João Paulo me aguarda, com muitos pesos, uma mini cama elástica, algum gelo, cordas, elásticos e, é claro, uma bola (ainda que de plástico).

10 de jul. de 2009

Senhores do Galo



Essa fila impressiona.
Os torcedores do atlético maiores de 65 anos de idade fizeram até volume nas bilheteria da Sede do Clube, ontem.
Prova de que o amor ao futebol não tem idade!
E de que muitos acreditam que o clássico de domingo será pacífico!

Dia de sorte...




O entrevistado atrasou para a gravação e nos deixou esperando... na Lagoa da pampulha! Tem atraso melhor? Sol das 10 da manhã, aguinha de coco, visual lindo e uma equipe alto astral! Por isso que eu sempre digo: tudo na vida tem um lado bom..

guerreiros!!!



Imagine só... Encarar o aeroporto de Confins, às 5 horas da manhã, no frio e de virote!! Realmente, não é pra qualquer um!
Mas quando o time está na final da Libertadores, vale tudo! 50 torcedores bêbados e alegres passaram a madrugada esperando a delegação do Cruzeiro, que voltava da Argentina após o a partida contra o Estudiantes.

Só que o "Leitão", da foto abaixo, não aguentou acompanhar o rítimo dos colegas... Arrumou logo um cantinho, se encobriu com a bandeira do time e dormiu. É claro que ninguém deixava ele em paz...

Perguntei para um dos torcedores: "não tem medo de pegar a gripe suína?" e ele respondeu em côro com os amigos: "gripesuínaésócaôôô!... gripesuínaésócaôôô!... ôôô!"

25 de jun. de 2009

Cruzeiro Pavaroti Grêmio


O Luigi estava preparando um de seus drinks especiais... Dono do bar aonde eu assisti à partida entre Cruzeiro e Grêmio, ele espremia devagar as bisnasgas e despejava cada um dos licores exóticos no copo.
O nome do drink era PAVAROTI porque, segundo o autor da receita, servia para limpar a garganta e poder gritar "Goooooool" à vontade!!!

22 de jun. de 2009

Por amor ao futebol


Ele largou tudo: casa, mar, bicicleta, família, escola, vizinhos, rua, país!!!
O gringo, Patrick Breheny, de 16 anos, trocou Sidney, na Austrália, pela Toca da raposa em BH. Por que? Por amor ao futebol...

O meia atacante, que sonha em se tornar um jogador profissional e atuar em algum clube inglês, vive no centro de treinamento do Cruzeiro há 2 meses. Lá ele treina, dorme (no hotel), vive.

Se ele sente falta de casa? Nenhuma! E diz que só volta para o país de origem para breves visitas.. Lá, a liga nacional de futebol existe há apenas 5 anos! Pra se ter uma idéia, o futebol feminino é mais antigo e tem mais tradição do que o masculino.

No Brasil, o loirinho branquelo de olhos azuis se sente à vontade. O espanhol fluente (que herdou da mãe, chilena), o ajuda a fazer amizades e a entender os dizeres do treinador.

Gente boa o menino! Bem vindo, gringo!!

18 de jun. de 2009

PARABÉNS!!!


Ontem foi aniversário de 70 anos do seu Laerte, este atleticano curioso com a câmera do cinegrafista minha equipe...
Pra comemorar a idade e, coincidentemente, a boa fase do time (líder do brasileirão) ele não poderia ir a outro lugar, senão à Cidade do Galo!
É lá que ele é visto quase que diariamente (ainda que os torcedores estejam proibídos de entrar no CT). Ele não se importa em ficar do lado de fora do portão. Comparece religiosamente, nem que seja para cumprimentar os jogadores, passando vibrações positivas para a equipe!
Aposentado, ele tem como maior divertimento acompanhar o time do coração, em todos os momentos. Já flagrei o Seu Laerte recepcionando o desembarque do Atlético em Confins, após uma senhora derrota do alvinegro por 4 a zero... "Vim para dar força pros meninos"- me disse ele na ocasião.
Um exemplo de torcedor fiel e uma simpatia de pessoa!
Parabéns, seu Laerte, por tudo o que você é!
Felicidades!!!

9 de jun. de 2009

Taaaadeeeelliiii! Gol! Gol!



Há..! Os artilheiros! Neles sim pode-se confiar. Jogadores que cumprem bem suas funções no ataque certamente caem nas graças do torcedor. Vale observar que (no atual futebol) um volante de qualidade também tem seu mérito, assim como um senhor goleiro, um zagueirão, etc.
Mas aquele que é o último a encostar na bola, que balança a rede em nome de todos os outros 10 jogadores (e da torcida), é mais que especial! Foram muitos os gols de Diego Tardelli nesta temporada: 16 em 16 jogos pelo campeonato mineiro e, pelo brasileiro, até aqui marcou duas vezes.
Ele vem proporcionando tantas emoções aos atleticanos, que eles o retribuíram à altura: "Taaaardeeeelli! Gol!..Gol!". Esse é o grito que embala a torcida alvinegra nas arquibancadas sempre que o artilheiro está no gramado. É uma paródia ao refrão de uma música de carnaval da banda Chiclete com banana que agita micaretas pelo Brasil :"Chiiiiicleeeeteeeee! Ôba! Ôba!".
O torcedor e compositor, Dan Marinho, ouviu o coro no mineirão e imaginou-o como refrão de uma música. Aí foi só escrever o resto... A letra da canção, que fez em homenagem a Diego Tardelli, conta um pouco da tragetória do artilheiro do Galo e presta uma homenagem de agradecimento pelos momentos emocionantes que ele proporciona a quem o acompanha.
O atacante escutou, aprovou e ainda sugeriu que a música toque nas rádios!!

(Dan Marinho - o autor).

5 de jun. de 2009

A inspiração voltou


Pessoas de olhares sinceros. De beleza natural. Alegres, honestas e unidas. Foi o que eu percebi entre os moradores de uma comunidade no bairro Cidade Industrial, enquanto gravava uma reportagem sobre judô.

Tarde ensolarada. Crianças de chinelo no pé e curiosidade no olhar acompanhavam a movimentação dos nossos chamativos equipamentos de TV pelo pátio da escola... Câmera, tripé, luzes, microfone,... Quem é que não quer ver de perto?

Um garotinho que atravessava a rua estranhou o movimento e me perguntou: "Fessôra, vai ter reunião aqui hoje?.." O que agitava a comunidade era o embarque de 9 jovens rumo à Fóz do Iguaçu para a disputa do campeonato sul-americano de judô. Atletas alunos do Projeto Social “Curumim”, que proporciona, há 12 anos, a prática do esporte aliada à disciplina à crianças e adolescentes.
(Os atletas).

Um deles, um menino sério e introspectivo, de poucas palavras. Com apenas 14 anos, Paulinho tem postura de atleta e responsabilidade de gente grande, o que conseguiu graças ao esporte, ao apoio da mãe e do professor Márcio Henrique, voluntário do projeto.

(Paulinho com a irmã caçula).


Parentes, vizinhos, amigos, curiosos,.. Todo mundo reunido no pátio do colégio, ao redor das malas, esperando o ônibus da viagem chegar. Lágrimas desciam dos olhos de algumas mães emocionadas, que viam os filhos saírem de Minas Gerais pela primeira vez.
"Eu também queria ir, tia..." - me disse o mesmo garoto (desta vez já entendendo o motivo do fuzuê no bairro).

5 de mai. de 2009

Apostando corrida no gramado!



Intervalo de jogo é sagrado! 15 minutos necessários para uma pausa nas emoções... tempo dedicado à uma "resenha esportiva" com os amigos (de preferência no bar, mordiscando algum petisco para ter "estômago" para o segundo tempo).
Depois da partida é a mesma estória: hora de bater papo! Pra se lamentar ou comemorar o desempenho do time.
Mas isso acontece pra quem vai ao estádio para torcer. Para os jornalistas (e todos aqueles que estão trabalhando), é diferente. O intervalo e o fim do jogo são quase tão importantes quanto os gols da partida. São os momentos que temos para ouvir as palavras dos autores dos gols, dos envolvidos em confusões, do juíz,... E tudo isso no pouco tempo que se passa entre o apito do juíz e a saída dos jogadores de campo, rumo ao vestiário.
A solução? Correr, é claro! E muito! Como numa competição, cada segundo ultrapassado faz diferença. Por isso, antes mesmo do término dos 45 minutos, os repórteres já se posicionam estrategicamente, nos arredores do gramado.
Concentrados, como corredores que aguardam o estrondo do tiro anunciar a largada da prova, ficamos ali, no limite das 4 linhas, à espera do som do apito.
E quando ele vem, sai de baixo! Literalmente! É um tal de cabos e fios trançando pra todo lado, um tromba tromba de repórteres e câmeras e a triunfal batalha de microfones.
O momento é adrenalizante e ilário! É engraçadíssimo observar o desespero dos repórteres que estão ao vivo. Eles vão correndo e falando, sem tempo de respirar. Quando alcançam seus obstáculos, chegam bufando, ofegantes e mal conseguem perguntar. Enquanto o entrevistado responde, é um alívio. Dá pra descansar. Mas logo depois é preciso acelerar de novo, em direção ao outro atleta. Haja fôlego!
Jornalistas baixinhos e velozes (como eu) têm a vantagem de chegar na frente. Mas, por outro lado, ficam sujeitos a incidentes de percurso, como as gotículas de suor dos jogadores grandões, que, no empurra empurra, vão parar no olho ou até na boca da gente! (Eu mesma já tive a infelicidade de sentir o salgado sabor do suor do zagueirão Welton Felipe....)
Um colega de profissão me contou que uma vez inventou de apostar corrida no gramado... Olhou para o repórter ao lado e disse: "Vamos ver quem chega primeiro no Marques?". Resultado: um tombo daqueles!!! Com direito a gargalhada de milhares de pessoas nas arquibancadas. O mico ainda foi ressaltado ao vivo, pelo locutor da rádio que, do alto das cabines, avistou seu repórter espatifado no chão.
O mesmo aconteceu com uma jornalista (sem noção) que foi cobrir um jogo do Atlético pisando elegantemente sobre os 10 centímetros de uma sandália plataforma. Aposto que ela nunca mais abandonou os tênis...
Mas a queda, às vezes, perde a graça. Foi assim com Emerson Romano, da rádio Itatiaia. Em 2000, ele participava da transmissão da partida entre Cruzeiro e Flamengo, ao vivo do Maracanã. Desorientado e apressado (como todo radialista), ele se aventurou a pular um dos fossos do estádio. Acabou caindo em outro. Mesmo com o ligamento cruzado anterior rompido, ele continuou em campo, mancando, e prestando informações aos ouvintes. Até que não aguentou mais a dor e seguiu para o hospital. A cicatriz na perna esquerda, com um palmo de extenção, ele exibe orgulhoso. Teve mais raça que muito jogador de futebol!

O FILHO DO CRUZEIRO


Um título é como um filho. Um sonho conquistado após muita dedicação, preparação e, acima de tudo: coragem.
O meia Gerson Magrão driblou diversas dificuldades e encarou importantes desafios durante este campeonato mineiro. Sem medo, se adaptou à uma mudança de posição em campo, assim como um homem se transforma para receber um filho.
Ele também foi o jogador que mais vezes esteve em campo pelo Cruzeiro no torneio. Atuou em 16 das 17 partidas disputadas. Fez o que pôde, com a certeza de que seria recompensado no final.
Antes mesmo do jogo começar, Magrão tinha um brilho diferente no olhar, acompanhado por um sincero sorriso no rosto. Com o filho recém nascido nos braços, ele caminhou orgulhoso pelo gramado. Refez, lentamente, boa parte da tragetória percorrida durante a competição estadual. Se emocionou. E, orgulhoso, exibiu para todos aqueles que torceram por ele, o seu maior troféu.
Gerson Magrão, um dos papais do campeonato mineiro de 2009.

26 de abr. de 2009

Clássico!!!


Está chegando a hora!!! Atlético e Cruzeiro vão fazer, logo mais, a primeira partida da final do campeonato mineiro! Eu já estou com frio na barriga... parece até que vou entrar em campo...
Durante a semana, observei pela cidade bandeiras estendidas e torcedores vestidos com as camisas dos times nas ruas. Escutei provocações mil... de ambos os lados. Atleticanos e cruzeirenses me pareceram bem confiantes, o que indica que será um bom jogo!
Pra quem acompanha o futebol por aqui, é impossível não sentir o clima do clássico... É difícil descrever, mas tudo fica diferente... Sinto os torcedores mais alegres, a cidade mais viva. Os comerciantes, satisfeitos, comemoram os lucros com o aumento nas vendas de artigos de futebol.

Em compensação, o tempo demora a passar. A ansiedade de ver o mineirão lotado por duas belíssimas torcidas é tanta, que fica difícil esperar.
Hoje eu até acordei diferente. Mais cedo do que o habitual. O tal do clássico mexe com a gente, não é? Por mais que eu vá estar trabalhando durante a partida, é impossível não me emocionar. O mineirão em dia de clássico é uma experiência de tirar o fôlego, um espetáculo de deixar todos de queixo caído.
Adoro ver as arquibancadas repartidas ao meio. Azul de um lado, do outro, preto e branco. Acho sensacional os gritos, em coro, que vêm das torcidas. Em campo, o rítimo do jogo é outro...

Preciso ir pra não me atrasar..
A gente se vê lá?!

23 de abr. de 2009

FAÇO GOL E DEDICO PRA ELA


Ontem, no mineirão, na partida entre Cruzeiro e Deportivo Quito, Wagner marcou o segundo gol e comemorou intensamente! Correu, ameaçou tirar a camisa, pulou, abraçou os companheiros e, é claro, em direção da tribuna de honra (de onde as esposas dos jogadores costumam assistir aos jogos) formou um coração com as mãos.

A cena me fez lembrar do dia dos namorados do ano passado, quando o Atlético venceu o Ipatinga por 4 a 2. O estádio estava vazio, cerca de 5 mil pessoas. Mas os poucos casais que, inusitadamente, escolhereram o mineirão como local para estarem nessa data especial, protagonizaram uma romântica partida de futebol!
O zagueiro Leandro Almeida, fez uma declaração de amor de arrancar suspiros nas arquibancadas... Após fazer o gol, desenhou um enorme coração no ar e, em seguida, levou a mao ao peito, apontando para a amada!

O que muita gente deve se perguntar é: "-E os goleiros???!".
Os jogadores de linha têm os gols para dedicarem às companheiras. E os goleiros? Têm o quê?
As boas defesas, é claro! Evitar que a rede seja balançada tem lá seu valor...e como!
Uma vez entrevistei a Janaína, esposa do Juninho, goleiro do Atlético. Ela me disse que, quando ele jogava no Vitória, costumava, a cada bom lance no jogo, dar uma olhada pra trás e mandar beijinhos pra ela... Uma graça, não?

Mas desse tipo de homenagem, não precisa ser esposa de jogador pra gostar. Toda mulher adora uma prova de amor, não é?.. E os homens não precisam ser craques para surpreendê-las. Basta, na pelada com os amigos, fazer uma bela jogada e dedicá-la para quem observa a partida, do lado de fora do campo...

"Navegando" pelo orkut de um amigo meu (boleiro), encontrei a comunidade: "FAÇO GOL E DEDICO PRA ELA". Acredito que ser membro dela já é uma prova de amor...

22 de abr. de 2009


A CAMINHO DA TOCA
NÃO IMPORTA O DIA, A HORA
A PARADA É OBRIGATÓRIA
NA AVENIDA PORTUGAL
O ABACAXI É 1 REAL!

Quando estamos indo trabalhar na Toca da raposa, ou voltando de lá, sempre que possível, fazemos um pit stop no caminhão da Av. Portugal. Frutas, água de coco e caldo de cana são vendidos durante todo o dia. Mas o campeão é o pedaço de abacaxi gelado! Eles vendem tanto, que deixam 2 funcionários por conta de cortar e embalar as frutas, sem parar!
O sabor de um pedaço de abacaxi nunca é igual ao outro. Acho que eles variam de acordo com a qualidade da fruta e também com o humor de quem o está ingerindo.
Gosto de observar os trabalhadores que, como eu e a minha equipe, vão ali para uma breve pausa no expediente.
Muitas vezes, a conversa deles toma o rumo do futebol... principalmente se for segunda feira, após uma rodada de jogos.
Enquanto alguns lamentam a derrota do time e reclamam do abacaxi azedo, outros até lambem os dedos pra não perder nem uma gota açucarada da fruta e, sorridentes, adoçam ainda mais o dia após uma vitória!

21 de abr. de 2009

Mineirão calado


Ontem de noite, fui ao mineirão cobrir o treino dos equatorianos do Deportivo Quito. Eles se preparavam para a partida de quarta-feira, contra o Cruzeiro, pela Copa Libertadores.
O estádio estava tão vazio e silencioso, que resolvi falar sobre o mineirão calado...

Visitar o mineirão em um dia comum, sem todo a agitação de uma partida de futebol, é uma experiência nóstálgica. Cercada pelo silêncio de todo o vazio das inúmeras cadeiras e cabines desocupadas, senti o 'tamanho' da palavra imensidão.
Mais melancólico ainda é reparar nos detalhes. Olhando para cima, um céu redondo e negro, cercado pela luz dos olofotes do estádio, que, ao se aquecerem, estalam emitindo sons pelo ar. Os telões, que geralmente transmitem um fluxo ininterrúpito de informações com imagens coloridas, estavam desligados. Por entre as compridas filas de cadeiras vermelhas, notei um pontinho branco em movimento. Com o tempo, ele foi se aproximando até chegar bem perto e se revelar um cachorro vira-lata procurando restos de comida. Outros bichos também passeavam por lá. Bruxas imensas voavam, subindo e descendo, em movimentos circulares, na direção das lâmpadas do lugar. Sobre o gramado, pássaros 'Quero-quero' caminhavam de lá pra cá, protegendo seus pequeninos ovos.

Algum tempo depois, o treino dos equatorianos começou. A estridente pronúncia de palavras como "Ariba!" e "Buena", somadas ao som do tapa do couro das chuteiras na superfície das bolas, durante os chutes, deram fim ao silêncio. Mas não à melancolia.

Voltei a pensar no mineirão calado. Ali, sou o nada diante do tudo. Mas, posso também ser gigante. Basta falar alguma coisa bem alto. O grito se propaga pelo ar, percorrendo todos os espaços vazios e ecoando em cada canto do estádio. Preencher, com a minha voz, um espaço "sem tamanho", é engrandecedor!

19 de abr. de 2009



Hoje, no supermercado, um diálogo de uma família chamou a minha atenção.
A mãe pediu para que o filho mais velho pegasse um litro de leite. O garoto foi até a prateleira e voltou, sorridente, com o leite do Cruzeiro nas mãos.
Imediatamente o irmão caçula reclamou: - "Há, não, manhê!! Vai ter que levar o do Galo também!".
O mais velho retrucou: -"Nunca! Esse leite do Galo dá indigestão! Eu não tomo! E nem o papai vai tomar...".
O pequeno, que até então estava assentado dentro do carrinho de compras, se levantou e desceu para o chão, bravo. Apontou o dedo para o alto em direção ao rosto do maior e disse bem alto: "Você não sabe nada, o leite do Galo faz é bem pra saúde!".
Quando a mãe percebeu que a discussão ia longe, resolveu por um fim naquilo (antes que começasse a briga). -"Tá bom, eu vou levar um de cada. Mas com uma condição: vamos tomar um de cada vez, pra não desperdiçar".
Alguns segundos depois, começou tudo de novo...
- "O do Galo primeiro, né, mãe?!".
- "Não, o do Cruzeiro antes!"
...

17 de abr. de 2009

Buiú


Este é o Buiú. Rodrigo Antônio dos Santos Freitas, 24 anos, cruzeirense. Morador de rua desde os 8 anos de idade, quando saiu de casa para ser livre. “A educação que tenho foi a rua quem me deu", ele diz. Mas a rua também tomou uma parte dele. Após ser atropelado por um ônibus, Buiú perdeu o braço direito. Mas nem por isso se endireitou. Nunca voltou pra casa. E é na rua Adolfo Lippi Fonseca, em frente à porta do centro de treinamento do Cruzeiro, que o encontramos, sempre que vamos trabalhar lá.

Tudo começou em 91. O garoto gozava da liberdade recém adquirida: dormia em garagens de ônibus e vagava com a turma de amigos pela cidade. Um dia, em uma de suas andanças, foi parar na orla da Lagoa da Pampulha. Ao passar pelo número 7.100, onde na época funcionava a Toca da Raposa (hoje conhecida como Toca 1), tomou uma decisão que mudaria a sua vida.

Como a maioria das crianças, Buiú era fã incondicional do Ronaldinho, então atleta do Cruzeiro. Seu maior sonho era conhecer o jogador. E ele estava disposto a tudo para tornar seu desejo realidade. Aí começou a ficar no portão da Toca, diariamente, pentelhando os seguranças. Pediu e insistiu tanto, que conseguiu. O encontro com seu grande ídolo não foi registrado em fotografia, mas ficou marcado nele para sempre. Depois do triunfo, ele ficou importante aos olhos dos outros garotos de rua. Pela primeira vez se sentiu alguém.
Desde então, passou a frequentar a porta do Cruzeiro. Como um funcionário a serviço da empresa, ele cumpre, religiosamente, sua carga horária diária, do lado de fora do clube. São horas à espera de um minuto de atenção de algum dirigente ou jogador de futebol. Enquanto isso, ele auxilia os porteiros, organizando as filas de visitantes, ajudando os motoristas a estacionarem seus veículos e até avisando aos jornalistas o momento certo de entrarem. Se tornou conhecido e é recompensado por todos. Na hora do almoço, ganha um prato de comida. Vira e mexe recebe um trocado e, às vezes, até presente: “Esse tênis foi o Maluf que me deu!“, conta orgulhoso. “Por que?”, pergunto. “Porque eu faço presença, tenho carinho e amor pelo Cruzeiro”.
Depois de 9 anos “a trabalho pelo Cruzeiro“, coleciona nomes na lembrança como se fossem títulos de futebol: “Levir Culpi, Carlos Alberto Silva, Bentinho, Diney, Nonato, Célio Lúcio, Vanderlei Luxemburgo...” são alguns dos que já lhe deram cestas básicas e roupas.
Em 2003, foi homenageado pelo lateral Maurinho, que comemorou um gol escondendo o braço direito dentro da camisa. Este ano, recebeu ajuda financeira de outros 2 jogadores para alugar um barracão para morar.
Após o “expediente“, nas horas vagas, Buiú ainda ataca de centro avante no time dos deficientes do bairro Cachoeirinha. “Costumo fazer gols!”, diz satisfeito e sorridente.
E é assim que quase sempre o vemos: sorrindo e querendo ajudar. Claro que às vezes ele extrapola um pouquinho.. (como no dia em que estendeu as roupas lavadas na calçada da Toca, como se fosse o varal de casa...). Mas a gafe é perdoável , já que ali é, realmente, a casa dele. E quando, por ventura, não o encontramos lá, sentimos a falta dele!

15 de mar. de 2009

Click´s!


Adoro observar os fotógrafos e suas manobras radicais!... A cada clique, uma pose inusitada! Eles sobem em cadeiras, se agacham, ficam na ponta dos pés, se apóiam em muros, grades, pessoas.. e no que estiver pela frente! O mais engraçado é quando ficam estirados sobre o gramado, à espera de um movimento interessante para fotografar algum jogador. Nessas horas, agem como um bicho arisco, prestes a atacar a presa. Em uma fração de segundos, deitam, rastejam, giram suas lentes pra lá e pra cá e... click!!! Adoro esta parte: o som emitido pelas máquinas no momento da fotografia. Click, click, click, várias vezes seguidas.
Quando eles conseguem uma boa foto é perceptível. Mesmo com os rostos espremidos contra as imensas câmeras, deixam escapar, no cantinho da boca, um discreto sorriso de satisfação. Esse deve ser o momento de êxtase do dia deles. O segundo de prazer que faz valer todas as horas de trabalho. E geralmente, depois de sorrirem, se levantam e vão para a sala de imprensa conferir as fotos no computador. Dever cumprido!
Sorte minha que alguns deles, às vezes, dedicam preciosos segundos de seus tempos me clicando (sem eu saber). Depois me surpreendem com uma fotografia de presente!

14 de mar. de 2009

O Blog...

Trabalhar em televisão é saber resumir. Contar estórias e publicar notícias em minutos, às vezes até segundos... Nós, repórteres, ficamos experts em selecionar "a dedo" o que usar: as falas, as imagens e as palavras certas (estas, de preferência simples, sem dúbio sentido, de rápida compreensão e sonoramente agradáveis). Ufa!!
Somos quase automáticos. Com papéis e caneta nas mãos, andamos pra lá e pra cá, escrevendo e falando sozinhos, sempre correndo contra o tempo.
Somos obrigados a escolher o que é mais relevante para "entrar" em uma reportagem, descartando todo o resto, como se não existisse. Nos acostumamos a ignorar, descartar... o que muitas vezes, para mim, é frustrante! Mas, é assim... nem tudo cabe em nosso curto tempo...
E foi por isso que resolvi fazer esse blog. Por tudo aquilo que fica de fora das minhas reportagens. Aqui vou além da pauta, da notícia, do tempo, dos clichês e dos limites..., revelando também os bastidores da minha rotina. Escrevo e fotografo o que chama a minha atenção durante um dia de trabalho.

Se lhe interessar, sinta-se à vontade para participar!
Maíra Lemos.